Hoje eu me perdi no barulho da chuva. Enquanto a chuva caía, molhava o chão e a paisagem, no silêncio eu me perdia. A chuva trouxe alívio ao calor, o silêncio acalento à minha dor. A dor do passado, a dor do presente, adormecida, entorpecida, por vezes demente.
A chuva tão perto dos olhos, a dor impregnada no peito, alma silente, corpo presente, mas distante de tudo. O barulho da chuva no telhado, o chão molhado, e eu perdido em pensamentos. Outrora, a loucura empurraria para a chuva, para a vida, para o mundo, hoje é o silêncio quem controla quem assombra e isola, e cada dia vai mais fundo.
As feridas que trago na alma, nem a chuva ou o silêncio podem curar, talvez o tempo, talvez a noite ou talvez a única cura seja esperar. Esperar a dor, esperar sangrar, esperar pela chuva que molha o mundo, esperar o silêncio gritar.
Eu vejo a chuva sem piedade, que lava e leva o que vier pela frente, eu ouço gritos insuportáveis, gritos de dor, de desamor, desesperança de um amor ausente. Chuva que não tem fim são os silêncios em volta de mim!
Jose Fernando Pinto
- Autor: Jose Fernando Pinto ( Offline)
- Publicado: 7 de fevereiro de 2021 17:58
- Categoria: Amor
- Visualizações: 20
Comentários4
Brilhante, José Fernando.
Bonito e tocante.
Abraço
Gratidão amigo Hébron, grande abraço!
Como sempre,você se supera! Seu grito toca e dilacera. A alma desesperada,precisa ser cuidada! E curada,assim espero!
Gratidão querida Maria Dorta, coisas de poeta, rsrs! Grande abraço!
A chuva inspirando o poeta que faz uso do dom com muita beleza, aliás, como sempre o faz.
Meus parabéns, meu abraço!
Gratidão querida Edla, grande abraço!
José Fernando, você escreve muito bem, em português correto, bonito, gostoso de ler. Esse texto está lindo.. Parabéns
Gratidão querida Cecília, teu comentário é um grande presente, grande abraço!
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