Talvez fosse de um abrigo
Um menininho querido
Que em nada foi atrevido
Mas mexeu muito comigo.
Entre a praia e o mar
Quis dele me aproximar
Mas ele disse baixinho
_Eu não posso conversar.
Corri pra comprar sorvetes
Mas ele disse baixinho
_Eu não posso aceitar.
_Tá vendo aquele rapaz
Vem aqui me acompanhar
As ordens que vem de lá
Eu tenho que respeitar.
Falamos por muito tempo
Mesmo sem poder conversar.
Comprei pra ele os sorvetes
Mesmo sem poder comprar.
Estávamos em altos papos
Quando o moço assobiou
E num instante ele pulou
Saiu correndo e acenou.
Nunca mais eu soube nada
Nem mesmo sua morada.
Em outros dias fui à praia
Mas já não o encontrei
Fiquei entristecida comigo
Porque banalidades falei
Mas não disse ao querido
Que com ele me importei.
Até hoje lembro dele
Peço a Deus que tenha tido
Família e paz no coração
Que não tenha se perdido
Por tristeza ou solidão
E que em qualquer outra vida
A gente se encontre e então
Tenha mais proximidade
Mais tempo e conexão.
- Autor: Claudia Casagrande ( Offline)
- Publicado: 3 de fevereiro de 2021 22:26
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 60
Comentários6
Tem solidão alheia que nos incomoda. O importante é preencher essas solidões ao menos com a nossa presença. E desejar uma melhor sorte aos outros tbm.
Você teve ótima iniciativa.
Boa noite poeta Claudia
Exatamente. Muito obrigada Elfrans!
Você sempre tão gentil.
grande abraço e boa noite
Parabéns Cláudia. Belo e sublime poema. Uma crônica poética, como um conto de infância, com uma forte mensagem de compaixão. Um abraço.
Que gostosa coincidência. Enquanto eu comentava seu valiosíssimo poema, você estava aqui comentando o meu.
Agradeço de coração.
grande agraço
Simplesmente maravilhoso Claudia, parabéns! Grande abraço!
Você é sempre muito generoso.
Agradeço de coração
grande abraço
Poetisa, amei sua singela e emocionante poesia.
Tocou meu coração.
Parabéns!
Poetisa, amei sua singela e emocionante poesia.
Tocou meu coração.
Parabéns!
E você me deixou muito feliz...
Obrigada e um grande abraço
Esse parece o tipo de poema que nos vem do nada, enquanto estamos vivendo nossa vida. As palavras vem e nos toma de assalto e nos impõe escrever.
Belíssima e poética tradução de um recorte da vida que nos faz humanos.
Bravo! Bravíssimo Poetisa!
Abraços
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