Hébron

Lembrança da janela

 

Lembro bem, era criança

O quarto de muitos irmãos

Não faltava brincadeira

Quando se fechava a janela

Era uma janela toda em madeira

Tábuas ladeadas, fixadas

E por duas outras pregadas

No sentido transversal

Sustentadas por duas dobradiças

Fixadas com uso de prego

Espaçadas no marco lateral

E também com uso de um prego central

Trancava-se a janela com a tramela

Era a tramela de madeira

De um azul claro eram coloridas

As partes internas e externas

Também as outras partes

Os marcos e ferragens

Com uma tinta a óleo de brilho já velho

Mas eu dizia de minha recordação

Quando se fechava a janela

Fazia-se breu no quarto, escuridão

Lembro muito bem, eu sonhava...

 

  • Autor: Hébron (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 19 de Janeiro de 2021 20:10
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 31

Comentários2

  • Helio Valim

    Belo poema! A sutileza do detalhamento da janela... Uma crônica! O seu uso metafórico, como um portal entre a realidade e o sonho. A delicadeza do texto. Parabéns Hébron! Um grande abraço.

    • Hébron

      Muito obrigado, Helio!
      Sua visita é sempre uma alegria para mim.
      Grande abraço, amigo poeta

    • Claudio Reis

      São sutilezas que só o poeta tem, lembrar de uma janela azul e os pregos dela também...Janela que se abria de dia para o sol entrar, e a noite se fechava pra brincar no quarto e dormir depois de rezar

      Lúdico e belo poema, parabéns Hébron,,,Abraço

      • Hébron

        Muito obrigado pelo agradável comentário, meu amigo!
        Tentei descrever uma realidade da minha memória, minha intenção era que o leitor imaginasse a janela da minha lembrança, que por sinal era muito parecida com a da imagem ilustrativa.
        Abraço



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