CONIVÊNCIA

Quero chorar, eu quero me sentir

Com maior equidade pelos dias

Idos, que o meu chorar possa exibir

As épocas perdidas entre as vias

 

Percorridas em busca de um porvir.

 Chorar por não saber, com  as porfias,

Tornar-me vencedor, nem discernir

As venturas do amor dentre ironias.

 

Mas as lágrimas faltam-me nos olhos...

São lágrimas ocultas nos refolhos

Mais pungentes e sem condescendência.

 

Porém quero chorá-las mesmo assim,

Porque o perdão da minha conivência

Encontro, neste vero choro, enfim.