Conheci um jovem príncipe, senhor de uma nação.
Amante da liberdade.
Vinho, bordéis, jogo.
Entregue à tentação.
Eu, fiel conselheiro, muitas vezes questionava:
Jovem príncipe, não temes tu a danação?
Aos soluços, muito bêbado, afirmava:
"Velho, vivo ao meu modo, porém, sob brio da alegria
Há covardia latente
Conduzo a corrida escondendo-me do Onipotente
A realidade é a fraqueza, resta-me a euforia."
Do vinho, mais um gole, então, continuava:
"Minha alma segue arrastada por duas feras
Irascíveis em luta insana,
A disputar o destino do dormente amo
Aceito em mim a marca da desonra, a vida gastei entregue às hordas
Perguntas-me se temo o inferno, respondo, ele é o que reclamo
Por último, afirmo,
antes que a astúcia me abandone,
Minha mãe que Deus perdoe,
jamais saberia ela que a luz daria a isso.
Deixe-me aqui largado,
enquanto a sobriedade não me atinge
Deixe-me mais um pouco,
Demente e inquieto."
Desse jovem príncipe, não sei o que se deu…
lúcido de seu crime,
tirano de si,
Quiçá se arrependeu.
- Autor: felipe?fernandes ( Offline)
- Publicado: 19 de dezembro de 2020 11:33
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 25
Comentários1
Gostei, tchê. Viva a sobriedade. Beba com moderação.
Parabéns, poeta. Baita abraço.
Obrigado!!
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