NO
TARDIAMENTE CEDO DEMAIS
Ela estava alí pensando, e eu daria tudo para descobrir seus pensamentos, mas, tardiamente, ouvi sussurrar palavras sensíveis, que transpareciam insegurança e medo.
Outrora, cedo demais, a vi chorando;
lamentando o quanto havia sofrido;
por algo que julgou ser amor;
e que hoje se encontra vencido...
que se perdera no infinito de um sentimentalismo vazio; vadio; no cio cego de uma suposta “paixão proibida”. Vida vazia!
Tardiamente cedo demais a vi se escondendo dos seus próprios temores, que a sucumbia por dentro a matando aos poucos... com seus interesses e devaneios:
ela parecia ser tão forte;
tão decidida; tão segura de si;
até revelar-se impotente, e logo num momento de mais carência da sua força interior, que horror...
Dona de si, e de um estilo de vida todo seu, tentou seguir sozinha um caminho que deveria ser enfrentado por pelo menos duas pessoas:
para ajudas mútuas;
para compartilhamentos diversos;
para socorros coletivos...
Menina que se mostrou guerreira e dona do seu próprio castelo que, sonhado, fora construído de acordo com o seu sonho e, no final de tudo, acabou sendo demolido por sua própria dona:
sonha;
constrói;
derruba;
dói!
De tanto chorar pelos cantos tentando encontrar alguma solução pensou ter achado a cura e a ela recorreu, então...
Do sucesso sonhado ao castelo demolido e à vida tirada de uma forma:
tão sensível...
tão silenciosa...
tão desnecessária...
tão cedo demais e (...), tardiamente, fora diagnosticada com: depressão!
Em sua mão um bilhete:
pequeno texto em letras garrafais...
Resolve gritar calada:
AGORA TENHO PAZ!
- Autor: CASAVERDE (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 16 de dezembro de 2020 21:29
- Comentário do autor sobre o poema: Resultado triste para um alguém que teria um sucesso, comprovadamente, gradioso, mas que "escolheu derrubar o seu próprio castelo".
- Categoria: Triste
- Visualizações: 6
Comentários2
Que triste, mas a narrativa descreve com precisão o sofrimento que causa este mal que assola milhões no mundo.
Verdade, nobre Poeta: Shimul. Porém, sigamos aprendendo e superando dia a dia esse tão grande mal.
Triste verdade que assola alguns humanos seres. Não buscam ajuda e ceifam a própria vida. Tristeza contada com arte e precisão. Aplausos!
Obrigado pelo carinho, querida Maria Dorta: precisamos discutir temas deste tipo para que se diminuam os tantos casos, e infelizes resultados, decorrentes da depressão.
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