TARDIAMENTE CEDO DEMAIS
Ela estava alí pensando, e eu daria tudo para descobrir seus pensamentos, mas, tardiamente, ouvi sussurrar palavras sensíveis, que transpareciam insegurança e medo.
Outrora, cedo demais, a vi chorando;
lamentando o quanto havia sofrido;
por algo que julgou ser amor;
e que hoje se encontra vencido...
que se perdera no infinito de um sentimentalismo vazio; vadio; no cio cego de uma suposta “paixão proibida”. Vida vazia!
Tardiamente cedo demais a vi se escondendo dos seus próprios temores, que a sucumbia por dentro a matando aos poucos... com seus interesses e devaneios:
ela parecia ser tão forte;
tão decidida; tão segura de si;
até revelar-se impotente, e logo num momento de mais carência da sua força interior, que horror...
Dona de si, e de um estilo de vida todo seu, tentou seguir sozinha um caminho que deveria ser enfrentado por pelo menos duas pessoas:
para ajudas mútuas;
para compartilhamentos diversos;
para socorros coletivos...
Menina que se mostrou guerreira e dona do seu próprio castelo que, sonhado, fora construído de acordo com o seu sonho e, no final de tudo, acabou sendo demolido por sua própria dona:
sonha;
constrói;
derruba;
dói!
De tanto chorar pelos cantos tentando encontrar alguma solução pensou ter achado a cura e a ela recorreu, então...
Do sucesso sonhado ao castelo demolido e à vida tirada de uma forma:
tão sensível...
tão silenciosa...
tão desnecessária...
tão cedo demais e (...), tardiamente, fora diagnosticada com: depressão!
Em sua mão um bilhete:
pequeno texto em letras garrafais...
Resolve gritar calada:
AGORA TENHO PAZ!