E agora você?
Acostumado
a ser tão estimado
com tantos sorrisos
sempre tão indeciso.
E agora você?
E agora, o que dizer?
Partiu sem fechar a
porta, sem olhar
para trás, sem deixar
vestígios, sem nada,
sem nada para trás.
E agora você?
Está sem um mapa,
roteiro ou destino.
Não sabe ao certo,
vive em desatino.
Sem beijo ou abraço,
no mesmo compasso
marcado e esperado.
Sem comer, sem beber,
sorrir já não pode.
E agora você?
Sua boca tão quente
sua pele que queima
seu corpo que é chama,
prazer desmedido.
Sua instante loucura,
seu amor em fervor.
E agora, o que dizer?
Quer sair na porta,
buscar nova rota,
novo destino,
não tão clandestino.
Quer encontro no mar,
mas o mar em chamas,
feito como ilusão.
Quer seguir caminho
sem bússola na mão,
o que te resta, então,
é fincar-se ao chão.
Se você soubesse
o destino certo.
Se o caminho fosse
assim não tão incerto.
Se você gritasse,
se você temesse,
se me percorresse
colado em minhas mãos.
Se você sorrisse,
se ao menos te ouvisse
me pedindo perdão.
Está tão perdido
sem destino certo.
Não sabe ao certo se
seus pés pisam ao chão.
Quer sair correndo,
Gritando, chorando
clamando não deixe
que eu fique sozinho
com os meus pés no chão.
- Autor: Priscila Ribeiro ( Offline)
- Publicado: 13 de dezembro de 2020 09:47
- Comentário do autor sobre o poema: Inspirado no poema "E agora, José?" de Carlos Drummond de Andrade.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 27
- Usuários favoritos deste poema: Luiz Fabrício
Comentários1
Parabéns cara poetisa, versos bem trabalhados. Na medida certa, na hora certa
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.