Priscila Ribeiro

E agora você?

E agora você?

Acostumado

a ser tão estimado

com tantos sorrisos 

sempre tão indeciso.

E agora você?

E agora, o que dizer?

Partiu sem fechar a

porta, sem olhar

para trás, sem deixar 

vestígios, sem nada,

sem nada para trás.

E agora você?

 

Está sem um mapa,

roteiro ou destino.

Não sabe ao certo, 

vive em desatino.

Sem beijo ou abraço, 

no mesmo compasso

marcado e esperado.

Sem comer, sem beber,

sorrir já não pode.

 

E agora você?

Sua boca tão quente

sua pele que queima

seu corpo que é chama,

prazer desmedido.

Sua instante loucura,

seu amor em fervor.

E agora, o que dizer?

 

Quer sair na porta,

buscar nova rota,

novo destino,

não tão clandestino.

Quer encontro no mar, 

mas o mar em chamas,

feito como ilusão.

Quer seguir caminho

sem bússola na mão,

o que te resta, então,

é fincar-se ao chão. 

 

Se você soubesse

o destino certo.

Se o caminho fosse 

assim não tão incerto.

Se você gritasse,

se você temesse,

se me percorresse

colado em minhas mãos.

Se você sorrisse,

se ao menos te ouvisse 

me pedindo perdão.

 

Está tão perdido 

sem destino certo.

Não sabe ao certo se

seus pés pisam ao chão.

Quer sair correndo,

Gritando, chorando 

clamando não deixe 

que eu fique sozinho 

com os meus pés no chão.

  • Autor: Priscila Ribeiro (Offline Offline)
  • Publicado: 13 de Dezembro de 2020 09:47
  • Comentário do autor sobre o poema: Inspirado no poema "E agora, José?" de Carlos Drummond de Andrade.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 26
  • Usuário favorito deste poema: Luiz Fabrício.

Comentários1

  • Edvan Pereira

    Parabéns cara poetisa, versos bem trabalhados. Na medida certa, na hora certa



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