Eu vi passar quão bela uma manceba
Que só felicidade buscava ávida.
Por sua conduta, porém, vil e pávida,
A menor das alegrias não receba.
Aquela nívea tez imaculada
Dissimulava-lhe doce inocência,
À alma que ao sólio da concupiscência
No indigno torpor estava prostrada.
Falei à pulcra serva dos prazeres:
- Tão magna quão etérea é-te a graça,
Ao fim desta, que restará fazeres?
Dos olhos üa linha o pranto lhe traça.
No estupor agradece-me os dizeres
E, contrita, a virtude ora couraça.
- Autor: Luiz Otavio ( Offline)
- Publicado: 13 de dezembro de 2020 00:58
- Comentário do autor sobre o poema: O correto é escrever "üa" com til no U, porém usei trema, pois o símbolo do U com til não era reconhecido no leitor de texto virtual. Composto em 3 de Dezembro de 2020
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 11
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