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Luiz Otavio

Admonenda e Introspecção

Eu vi passar quão bela uma manceba
Que só felicidade buscava ávida.
Por sua conduta, porém, vil e pávida,
A menor das alegrias não receba.

Aquela nívea tez imaculada
Dissimulava-lhe doce inocência,
À alma que ao sólio da concupiscência
No indigno torpor estava prostrada.

Falei à pulcra serva dos prazeres:
- Tão magna quão etérea é-te a graça,
Ao fim desta, que restará fazeres?

Dos olhos üa linha o pranto lhe traça.
No estupor agradece-me os dizeres
E, contrita, a virtude ora couraça.