Nelson de Medeiros

DOR INFINDA



DOR INFINDA



São seis horas... Vão passando sonolentas...
Desce a tarde em langor suave e vaporoso...
No campanário o sino, em tocadas lentas,
Soluça a prece da Ave-Maria, queixoso...

A lua se avizinha,  e as estrelas opulentas
Vem mostrar seu brilho ao bardo pesaroso...
Outras surgem no etéreo manto, ciumentas
Da tua imagem, que o luar desenha piedoso...

A saudade antiga se me abriga n'alma,
E a lembrança do teu rosto não me acalma!
Sofro. Mas o rastro deste sonho eu guardo ainda...

Vem novamente a madrugada e nasce o dia...
A tarde volta langorosa e luzidia
E a noite me aguarda nesta dor infinda!

  • Autor: Nelson de Medeiros (Offline Offline)
  • Publicado: 19 de Abril de 2020 09:54
  • Comentário do autor sobre o poema: Numa tarde triste de solidão.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 36

Comentários2

  • Vilk Andrade

    Profundo os sentimentos .
    Muito bom

  • Roseli Furini

    me emocionei!!
    poema e música belíssimos,
    obrigada por nos presentear, com tanta delicadeza.



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