NO
TERCETOS DE EMOÇÕES CONFUSAS
No coração de um poeta
o ódio só habita se for para fazer poesia,
logo depois, calmaria...
— E sobre o amor... o que dizer?
— Nada, pois, ele em si
é completude do querer
e do devido ato de,
simplesmente, existir...
e nele mesmo ser...
Realmente,
é impressionante
a nossa vida aqui...
um dalí grita,
outro de lá corre,
e muitos “outros” permanecem coexistindo alí!
Mas sempre,
no final de tudo isso,
todos partiremos daqui.
O que fazer, então?
Para onde fugir, disso?
Qual será o nosso resultado? Portanto:
interrogações...
indagações...
perguntas...
a mesma coisa(...)!
a mesma fala(...)!
a mesma vala(...)!
Emoções que se apazíguam
depois de tanto oprimirem os que vivenciaram
as guerras dentro dos corações que, depois, se transbordaram em:
alegrias;
felicidades;
completudes.
Ainda que construídas sem se perceber,
numa máquina temporal sem se considerar
possíveis vontades absurdas que vieram a ter;
e que, de uma hora para outra,
jogando tudo para o alto,
se puseram a correr;
buscando com o tempo concorrer
e, de alguma forma, conseguir vencer,
sabe-se lá o que isso queira dizer;
abraçando a ilusão, sem mais nada considerar,
pois, inimaginavelmente, pensou ser capaz de vencer
o que, sequer, conseguia ver.
Mudar a forma
não muda o significado,
mas, mudar a fala muda o sentido.
— E é o sentido que importa?
Pois, ainda que uma porta esteja torta continuará sendo uma porta,
não perderá o seu significado:
de longe avistei um gramado:
verdejante...
fulgurante...
e refletidor da luz farolesca
que clareia mais um dia
de calor escaldante,
e me peguei pensando NELA:
minha amiga de todos os tempos...
minha amante...
Solitude...
que me trouxe a alegria
travestida em sorrisos largos...
que me permitiu felicidades
molduradas em abraços
e apertos de mãos...
que me gerou completudes
por meio de camas... tensões...
e que nada me significaram além de desilusões:
interrogações...
indagações...
perguntas...
a mesma coisa(...)!
a mesma fala(...)!
a mesma vala(...)!
Num deserto seco,
mas rodeado de águas límpidas...
me vi preso em sentimentos desoladores:
de repente! Reflexão...
Clareza! Percepção...
Certeza! Insurreição...
— Um vento forte assolou o ambiente
e o restinho da porta derrubou,
e dalí saí, solícito... e pronto para curar a minha dor:
que alegria;
que felicidade;
que paz...
A minha "humanidade" retornou!
E não me pareceu fingida em seus sentimentos,
apenas um pouco mais vivida...
experimentada
pela natureza...
VIDA!
- Autor: CASAVERDE (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 10 de dezembro de 2020 00:41
- Comentário do autor sobre o poema: Este poema representa uma tentativa de reorganização mental a respeito da Solitude que tanto preservo e considero ser algo importante para autoconvivência.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 14
Comentários1
Alexandre. Seus tercetos me encantaram. Delícia deslizar no seu ritmo, no português bem cuidado, recolhendo idéias, perguntas, invenções valiosas! O atrevimento de não arrematar cada terceto com um clássico ponto final, o agrupamento feliz (...)!, enfim...Leio algumas vêzes cada texto, demoro na foto. Você é tão jovem! Parabéns e sucesso.
Obrigado pelo carinho, querida Cecilia. Sua leitura e comentário me servem de combustível para continuar postando.
.:Paz & Vida:.
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