Alexandre Silva

TERCETOS DE EMOÇÕES CONFUSAS


Aviso de ausência de Alexandre Silva
NO

 

TERCETOS DE EMOÇÕES CONFUSAS

 

No coração de um poeta

o ódio só habita se for para fazer poesia,

logo depois, calmaria...

 

— E sobre o amor... o que dizer?

— Nada, pois, ele em si

é completude do querer

 

e do devido ato de,

simplesmente, existir...

e nele mesmo ser...

 

Realmente,

é impressionante

a nossa vida aqui...

 

um dalí grita,

outro de lá corre,

e muitos “outros” permanecem coexistindo alí!

 

Mas sempre,

no final de tudo isso,

todos partiremos daqui.

 

O que fazer, então?

Para onde fugir, disso?

Qual será o nosso resultado? Portanto:

 

interrogações...

indagações...

perguntas...

 

a mesma coisa(...)!

a mesma fala(...)!

a mesma vala(...)!

 

Emoções que se apazíguam

depois de tanto oprimirem os que vivenciaram

as guerras dentro dos corações que, depois, se transbordaram em:

 

alegrias;

felicidades;

completudes.

 

Ainda que construídas sem se perceber,

numa máquina temporal sem se considerar

possíveis vontades absurdas que vieram a ter;

 

e que, de uma hora para outra,

jogando tudo para o alto,

se puseram a correr;

 

buscando com o tempo concorrer

e, de alguma forma, conseguir vencer,

sabe-se lá o que isso queira dizer;

 

abraçando a ilusão, sem mais nada considerar,

pois, inimaginavelmente, pensou ser capaz de vencer

o que, sequer, conseguia ver.

 

Mudar a forma

não muda o significado,

mas, mudar a fala muda o sentido.

 

— E é o sentido que importa?

Pois, ainda que uma porta esteja torta continuará sendo uma porta,

não perderá o seu significado:

 

de longe avistei um gramado: 

verdejante...

fulgurante...

 

e refletidor da luz farolesca

que clareia mais um dia

de calor escaldante,

 

e me peguei pensando NELA:

minha amiga de todos os tempos...

minha amante...

 

Solitude...

que me trouxe a alegria

travestida em sorrisos largos...

 

que me permitiu felicidades

molduradas em abraços

e apertos de mãos...

 

que me gerou completudes

por meio de camas... tensões...

e que nada me significaram além de desilusões:

 

interrogações...

indagações...

perguntas...

 

a mesma coisa(...)!

a mesma fala(...)!

a mesma vala(...)!

 

Num deserto seco,

mas rodeado de águas límpidas...

me vi preso em sentimentos desoladores:

 

de repente! Reflexão...

Clareza! Percepção...

Certeza! Insurreição...

 

— Um vento forte assolou o ambiente

e o restinho da porta derrubou,

e dalí saí, solícito... e pronto para curar a minha dor:

 

que alegria;

que felicidade;

que paz...

 

A minha "humanidade" retornou!

E não me pareceu fingida em seus sentimentos,

apenas um pouco mais vivida...

 

experimentada

pela natureza...

VIDA!

  • Autor: CASAVERDE (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de Dezembro de 2020 00:41
  • Comentário do autor sobre o poema: Este poema representa uma tentativa de reorganização mental a respeito da Solitude que tanto preservo e considero ser algo importante para autoconvivência.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 14

Comentários1

  • Cecilia

    Alexandre. Seus tercetos me encantaram. Delícia deslizar no seu ritmo, no português bem cuidado, recolhendo idéias, perguntas, invenções valiosas! O atrevimento de não arrematar cada terceto com um clássico ponto final, o agrupamento feliz (...)!, enfim...Leio algumas vêzes cada texto, demoro na foto. Você é tão jovem! Parabéns e sucesso.

    • Alexandre Silva

      Obrigado pelo carinho, querida Cecilia. Sua leitura e comentário me servem de combustível para continuar postando.

      .:Paz & Vida:.



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