Luiz Otavio

Suplício de Teu Benquerente

Corroe-me esta álgida e mui veemente saudade

Cuja gelidez a retrovar-te me inspira.

Amplexar-te quisera eu com morosidade,

Esta nostalgia arde-me tal qual u'a pira.

 

Tempo e distância: crudelíssimos algozes.

Ledo, o dia do reencontro nosso espero.

Sei q'um dia ouvir-se-ão juntas as nossas vozes,

Por-se-á fim ao tempo em que o coração macero.

 

Amiúde, teu forte alento fui na torpeza.

Sou a Deus grato por dado haver-me tua presença.

Lástima! Quis a sandice u'a vez segregar-nos.

 

Quer-nos unidos o porvir, eu hei certeza!

Ovantes seremos! Sê, jóia, nossa tença

Porquanto, muita vez, inda hemos de trovar-nos.

  • Autor: Luiz Otavio (Offline Offline)
  • Publicado: 5 de Dezembro de 2020 23:32
  • Comentário do autor sobre o poema: 21 de setembro de 2.017. Por problema no site, escrevi "u'a" , mas deveria ler-se "u, til, a", forma arcaica de "uma".
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 21

Comentários3

  • Maria dorta

    Poema imitando o arcaico ,traz ao presente,o que será sempre eterno: o Amor,a vontade e o desejo.

  • Shmuel

    Gosto deste estilo. O texto fica elegante e nos remete uma época áurea da poesia.
    Abraços ao poeta.

  • Hébron

    Poema com requinte e elegância em rebuscado palavreado, em estilo arcaico de muito bom gosto e original. Leitura agradável e enriquecedora.
    Obrigado.
    Abraço



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