Há aqueles que vivem
A se enganar,
Por quererem
Ser enganados,
Por terem
Lhes colocado
Cabresto de burro,
Por serem
Turros,
E terem
Passivamente aceitado
A brida que lhes puseram:
Ao acreditarem na leva
De falsários milagreiros
Que cada vez
Mais vem surgindo
Brasil afora,
Como erva daninha
Se alastrando,
E, de aventureiros
Reféns, se fazem crédulos,
Neles cegamente
Confianhando,
Não se dando conta
De tamanha afronta
Em que foram engrupidos.
Embora
Sendo ludibriados,
Fazem festa
A esses, a quem dão crédito,
Por santos tidos,
Na verdade,
São impostores ,
sabotadores da fé alheia:
Vendem o que entregar
Não podem: milagres aos tantos:
Curas mirabolantes
De moléstias,
E o que mais lhes resta
No balcão
Dos negócios sacrossantos:
Promessas de prosperidade,
Milagres prometidos
À mão cheia,
Do tipo -- extirpação
De vícios
Os mais nocivos ,
Empregos e bens
De primeiras necessidades
À disposição
Do varão
Da família!...
Tudo isso se reverte
Em disseminação
De uma farsa --
Engodo, empulhação ,
Manobra por dominação
De lavagem celebral
De mentes e consciências:
A sistemática da maldade
Com requinte de perversidade
Perpetrada:
Mentiras despejadas
Com requintado engenho ,
O empenho
De disfarça-las
Em palavras bonitas,
Que soam benditas
Aos ouvidos
De gente
Que crê , e tem
Verdadeira adoração
A falsos pregadores
Da Palavra do Senhor,
Na malha de embromação
Envolvidos :
Caindo na ladainha
Do português fluente,
A ênfase calculada,
Num negócio
Muito lucrativo:
Vender Jesus
Cristo na cruz pregado
Por 30 moedas de ouro ,
Com intuito desabonador
De rapinagem ao cidadão,
Que inocentemente
Cai no laço do espertalhão,
Sendo roubado naquilo
Que lhe é mais sagrado -- a fé!
Que infâmia!
Que barbaridade!
Uma tramoia
Bem trabalhada,
Urdida ardilosamente,
Algo assim,
Que o coisa ruim
Duvida até:
Enganar, explorar
O ponto fraco
De pessoas que, ante a vida
De dificuldades
E agruras prementes do dia a dia,
Se apegam
A qualquer crença religiosa
De que suas vidas
Irão melhorar,
Que alcançarão
As benesses dos céus!
E os coitados,
Não percebem,
Que estão sendo explorados,
Surrupiados
Miseravelmente,
Por mercadores
Da palavra de Deus!
- Autor: Poeta (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 4 de dezembro de 2020 08:50
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 10
Comentários2
Nobre poeta. Descreveste com perfeição uma triste realidade.
Isso mesmo! É muito triste e lamentável vermos muita gente sendo enganada, ludibriada por espertalhões que vendem a palavra de Deus! Acredito que deva haver, dentre esses religiosos, alguns honestos que pregam verdadeiramente a palavra de Deus com fé, com honestidade!
Bom dia.
Abraço.
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