JUCKLIN CELESTINO FILHO

MERCADORES DA PALAVRA DE DEUS

Há aqueles que vivem

A se enganar,

Por quererem

Ser enganados,

Por  terem

Lhes colocado

Cabresto de burro,

Por serem 

Turros,

E terem

Passivamente aceitado

A brida que lhes puseram:

Ao acreditarem na leva

De falsários milagreiros

Que cada vez

Mais vem surgindo 

Brasil afora,

Como erva daninha

Se alastrando,

E, de aventureiros

Reféns, se fazem crédulos,

Neles cegamente 

Confianhando,

Não se dando conta

De tamanha afronta

Em que foram engrupidos.

Embora 

Sendo ludibriados,

Fazem festa

A esses, a quem dão crédito,

Por  santos tidos,

Na verdade,

São impostores ,

sabotadores da fé alheia:

Vendem o que entregar

Não podem: milagres aos tantos:

Curas mirabolantes 

De moléstias,

E o que mais lhes resta

No balcão 

Dos negócios sacrossantos:

Promessas de prosperidade,

Milagres prometidos 

À  mão cheia,

Do tipo -- extirpação

De vícios 

Os mais nocivos ,

Empregos e bens

De primeiras necessidades 

À  disposição 

Do varão 

Da família!...

 

Tudo isso se reverte 

Em disseminação 

De uma farsa --

Engodo, empulhação ,

Manobra por dominação 

De lavagem celebral

De mentes e consciências:

A sistemática da maldade 

Com requinte de perversidade 

Perpetrada:

Mentiras despejadas 

Com requintado engenho ,

O empenho

De disfarça-las

Em palavras bonitas,

Que soam benditas 

Aos ouvidos

De gente

Que crê , e tem

Verdadeira adoração 

A falsos pregadores 

Da Palavra do Senhor,

Na malha de embromação 

Envolvidos :

Caindo na ladainha 

Do português fluente,

A ênfase  calculada,

Num negócio

Muito lucrativo:

Vender Jesus 

Cristo na cruz pregado

Por 30 moedas de ouro , 

Com intuito desabonador 

De rapinagem ao cidadão,

Que inocentemente

Cai no laço do espertalhão,

Sendo roubado naquilo

Que lhe  é mais sagrado -- a fé!

 

Que infâmia!

Que barbaridade!

Uma tramoia 

Bem trabalhada,

Urdida ardilosamente,

Algo  assim,

Que o coisa ruim 

Duvida até:

Enganar, explorar

O ponto fraco

De pessoas que, ante a vida 

De dificuldades

E agruras prementes do dia a dia,

Se apegam

A qualquer crença religiosa 

De que suas vidas

Irão melhorar,

Que alcançarão 

As benesses dos céus!

E  os coitados,

Não  percebem,

Que estão  sendo explorados,

Surrupiados

Miseravelmente,

Por mercadores 

Da palavra de Deus!