Perecendo, mumificados, apodrecendo hirtos.
Em uma nave que afunda lentamente na escuridão.
Aglutinados, amotinados, escravizados, convictos.
À luz de velas, desocupados, traídos pela presunção.
Sobre o instinto natural, lutar e sobreviver.
A esperança que se desmancha.
Demoramos muito para perceber.
O lento caminhar sobre a prancha.
Essa ração envenenada que é servida diariamente.
Esses anúncios que entorpecem os sentidos.
Realidade paralela que desidrata nossa mente.
O lixo apelidado de música que apodrece os ouvidos.
Alucinados por consumo, almas sem rumo.
Zumbis viciados, fios desencapados, pobres coitados.
Da confusão a imagem, da torpeza o resumo.
Passageiros da noite sem fim, da luz para sempre desgarrados.
- Autor: Victor Severo ( Offline)
- Publicado: 2 de dezembro de 2020 10:40
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 10
Comentários1
Assim caminha a humanidade, mormente a ocidental.
Ótima reflexão, prezado Victor.
Um abraço.
Grato meu caro, que bom ver você por aqui.
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