Alexandre Silva

NA ESCURIDÃO DOS MEUS OLHOS FECHADOS


Aviso de ausência de Alexandre Silva
NO

 

NA ESCURIDÃO DOS MEUS OLHOS FECHADOS

 

Na imensidão dos meus pensamentos te desejo...

na escuridão dos meus olhos fechados te revejo...

na-tu-ra-li-da-de...

singeleza...

uma origem...

vontade...

uma verdade...

saudade...

 

No íntimo do meu ser mora o nada!

nele deixei habitar meus sonhos;

dele extraí alguns planos;

pus em prática a alegria falseada...

 

Tudo bem... entendo como as coisas funcionam,

mas, na escuridão dos meus olhos fechados, te vi...

solícita...

e, como um raio, fui ao teu encontro...

Óh! És tão atrevida...

agora nada está bem..., mas, eu ainda entendo como as coisas funcionam:

 

na rua alguém me chama

e eu deitado ainda na cama

recusei-me a levantar.

 

Depois de um tempo,

como quem não quer nada,

abri uma brechinha no cantinho de um olho,

apenas... 

 

e avistei-a, sim!

Era ela!

Chamando-me!

 

Como quem deseja muito alguma coisa

fui ao seu encontro de olhos bem abertos,

apenas...

 

para conseguir

enxergá-la

melhor do que antes, de repente,

ninguém(...):

 

rua vazia de gente, e a minha mente também...

tudo não passou de mais um sonho

daqueles que sonhamos

que estamos sonhando

um sonho dentro de outro sonho,

que não nos deixa acordar, jamais... jamais...

 

[antigamente eu sonhava

que atrás de casa tinha uma árvore muito grande,

bonita...

cheia de galhos...

 

nela tinha um balanço

de cordas e madeira

e eu me balançava

sem parar...

 

“até alcançar o céu!” Era o que eu dizia...

e eu voava... vento batendo no rosto...

e eu indo em direção ao nada...]

 

Era mais um sonho

daqueles tipos de sonhos

que falei logo acima.

 

Em uma noite de perdição infinita,

de sensações estranhas,

ela retorna...

 

e dessa vez

mais estranha:

calada para mim

e com palavras ao vento... e...

 

fechada em si

em um tempo só seu

disse estar seguindo um novo caminho e que, talvez, não fosse o meu.

 

Calado eu estava,

e assim continuei...

não quis incomodá-la...

 

mas, ainda era a “minha velha conhecida”

só que o seu comportamento era outro;

o seu modo de agir era outro;

a sua relação estava desconhecida e conectada de todo o resto: numa realidade só sua.

 

Não!

Não era mais quem um dia eu conheci, quem eu pensava ser, e não tem mais ligação com tudo o que eu sabia, se é que a conhecia de verdade... realmente ela mudou e eu vou buscar entendê-la.

Depois de um tempo... caminhando... em direção ao “sei lá pra onde”:

 

sigo em direção ao Olimpíade... lá deve ter “alguém” que me entenda porque não encontrei soluções terrenas e não posso mais esperar por algo que nem sei mais se conseguirei encontrar, e eu estava esperando por alguma coisa, ou alguém, sei lá...

 

Mas, ainda caminhando: ao longe avistei um movimento que, de tão estranho, me fez parar por um momento: eu estava caminhando em direção ao horizonte e nada eu via, pelo menos até aquele instante. Parei!

 

Parado alí: tentei entender o que via e fiquei naquela agonia por mais nada poder fazer, então, voltei a caminhar... não pude ajudar.

 

Me peguei a correr: continuei indo em direção ao desconhecido e não esperava que fosse uma coisa boa porque eu não corria o risco de ter tal prazer, de vivenciar tal experiência...

 

enfim, chegando bem pertinho da minha outrora visão precisei estender a minha mão em direção ao que encontrei, e fiz isso por ter encontrado algo que sempre desejei, mesmo não tendo esperado encontrar naquele lugar e, de repente,

alegria...

até que enfim,

um dia alguma coisa

me veio alegrar o coração: na escuridão dos meus olhos fechados consegui CLAREZA das ideias e isso me fez refletir: saber agir naquele momento era crucial. Eu não poderia pôr tudo a perder àquela altura porque eu parecia estar no lugar certo, capaz!

Vivenciando aquele momento tão especial que(...):

 

elegia...

toda melancolia cabível

para entender-se como merecedor:

como agente nesse mundo de súbitas ações alheias à realidade que nos rodeia...

 

sob uma égide me sinto protegido!

Por Zeus... por Atena... sei lá!

O sentido das coisas... a origem de tudo...

A CRIAÇÃO!

 

O meu eu

desnudo

de ilusão

assustadora.

 

Na escuridão dos meus olhos fechados visualizei soluções de problemas persistentes e de tantas ações vãs, que em um lugar só meu consegui entender os motivos (razões...): hoje consigo me sentir livre... já consigo aproveitar minhas manhãs! Cheguei! Estendi a minha mão e senti o toque de um deus... Sim, era ele!

 

Era Zeus!

Que naquele momento...

naquele caminho:

daquele jeito me mostrou a direção...

 

Escudo empunhado...

pronto para guerrear,

corpo fechado para o mal não me tomar,

ouvi palavras estranhas que só depois consegui entender: “portal aberto, vamos vencer!”

 

A clareza em meus olhos chegou... um deus em meu lugar lutou!

E hoje posso gritar... sorrir... chorar de alegria...

Como um “deus” estou indo rumo à vitória!

  • Autor: CASAVERDE (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de Dezembro de 2020 00:09
  • Comentário do autor sobre o poema: É bem comum sonhos resultarem em textos, seja lá de quaisquer gêneros, então, nada mais justo do que externar em palavras o que em sonho vivenciei um dia.
  • Categoria: Fantástico
  • Visualizações: 13

Comentários1

  • Ema Machado

    Um sonho dentro dos sonhos... Um despertar e a solução estava lá... Magnífico, poeta!



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