Marina Silveira

Lua Cheia

Cintilantes sonhos intermináveis

Que resgatam memórias de desacontecimentos

Que aconteceram e acontecerão

Em algum espaço-tempo

O qual o tempo revela para cada espaço

Momentos de durabilidade duvidosa

Nunca sei onde começa

Nunca sei onde acaba

E se eu começar a saber

Acabarei mergulhando em

Uma onda de nostalgia frenética e violenta

Que carrega todos os frágeis sentimentos de estar viva

E por aguardar um fim qualquer

Eu giro em uma dinâmica

De quem nunca viu um mundo parado

E tem medo da estabilidade

Temendo a ausência da mudança

Por isso caro leitor

Vivo com as mãos quentes

Porque sei que um dia estarão frias

E isso, nada mais é

Do que a mejestosa entropia do universo

Sendo empregada de uma lei maior

Desconhecida e rebelde

Receio que foi esta que cochichou

Nos ouvidos de Leminski

Para que ele previsse que

Isso de querer ser exatamente

Aquilo que a gente é

Ainda vai nos levar além

Pois eu digo

Sou o além do que já posso ser

E meu ser já abandonou o que sou

E o que sou agora é divino

E o divino

O divino é imprevisível

 

  • Autor: Marina Silveira (Offline Offline)
  • Publicado: 26 de Novembro de 2020 12:03
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 27

Comentários3

  • Vinicius Baroni

    Um baita Poema! Me traz reflexões sobre meu dia a dia e minhas lembranças! Vou emoldurar e por na minha geladeira!

    • Marina Silveira

      Obrigada caro amigo!! Sua declaração acerca de minha escrita me traz demasiada felicidade e energia! Grande Abraço

    • Helder Duarte

      Somos divinos, porque fomos criados por Deus!

    • Shmuel

      Muito bonito este poema. Gosto de texto com referências do universo e sua influência e alusões sobre nós.
      Um grande abraço,
      Poeta, Marina Silveira



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