MADRUGADA
Madrugada me chama na tua sacada
Na tua lua ensolarada
Me leva pra tua calçada na tua pele salgada
Me leva no teu córrego
Na tua chuva de noite enluarada
No teu corpo moreno despenco
Escorre doce melaço do teu sêmen
Brota em néctar orquídea violeta
Poesia desliza no frescor do meu peito
Em todas as cores o meu e o teu deleito
Madrugada
Louvo o teu nome a chuva e a terra
Proclamo o amor e a dor
O ar que exala teu cheiro de terra e de flor
Sopra a brisa o aroma do teu corpo
Música que invade minha pele com ardor
Na madrugada louvo a nós
Nosso amor nossas dívidas
Pagamento de promessas
Arrebenta aqui a brisa desejo e loucura
Amor de outras vidas já vividas
Desague toda tua melancolia
Permita esse teu amor que em ti habita
Mora em ti água parada
O meu amor que te ameaça
Uma tristeza que não esgarça
Há em mim e em ti mundos e fundos
Desejos anseios e dúvidas
Teus remendos mais profundos
Mora em mim o mar
O teu amor que não arregaça
Há em ti mistérios e penúrias
Uma saudade sem autoria
Se entregue e esgarce a tua agonia
Há em ti um rio que resiste
Há em ti o teu reverso o teu segredo
Despenque em mim o teu medo
Rasgue em ti e desague em mim todo o teu arvoredo
Vlad Paganini
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Fundação BibliotecaNacional
- Autor: Vlad Paganini (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 25 de novembro de 2020 19:19
- Categoria: Amor
- Visualizações: 10
Comentários1
"Louvo o teu nome a chuva e a terra
/ Proclamo o amor e a dor" muito bonito! Gostei 🙂
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