Marçal de Oliveira Huoya

Sampa Minha

Cinza é a cor que predomina,
Cinza é o tempo,
Cinza é a menina escura e bronzeada,
Cobre em revoada como um véu,
Nuvens de pombos,
Nimbos pesados,
Tudo acinzentado,
Cinza é o céu.

Cinza é a cor que permanece,
De cinza se cobre,
De cinza se tece,
Teias de fumaça,
Muralhas de concreto;
Cinza é o sono, a noite que não passa,
O sol que não aparece.
Cinza é o teto.

Cinza é a cor que se veste.
Cinza é a meia e o vestido,
Cinza é a moda,
O gosto, o ruído,
Cinza é o rosto dos que sentem frio.
Cinza é o vazio
A cor que te cobre,
Cinza do pobre,
Do trapo e do feio
Cinza é o meio.

Cinza é a cor e a tua marca;
Cinza que suja e que invade,
Cinza é o frio,
Que corta a pele,
Que queima e que arde,
A solidão e a saudade,
Cinza é a multidão,
Cinza é a Cidade,
Cinza é o dia,
Cinza é a noite,
Cinza é a tarde..

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de Novembro de 2020 18:51
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 12
  • Usuário favorito deste poema: Ana Fonseca.

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