NO
EFÊMERA VIDA
Das
turbulências
da
vida...
o que fica?
O que é a vida do homem
diante de um pequeno chumbo em seu corpo,
que provado [e pesado] pela vida
segue a sua trajetória em constante agonia?
Eu estava alí...
observando aquelas casinhas
todas enfileiradas...
e bem juntinhas:
silenciosas;
mórbidas;
estáticas...
todas sendo resultados de vidas
que ocupam (hoje) terrenos
que sequer lhos pertencem de verdade.
Efêmera vida...
de coisas que se vão sem explicarem, ao menos, como vieram ao mundo,
que tão sombria se inicia e mais sombria ainda se encerra
pondo um ponto final à esperança.
Que...
em cada luz que se apaga
se confirma a insignificância da vida humana...
diante do multiverso de possibilidades que estão muito além do seu alcance...
[à luz que, tardiamente, se sabia que jamais se confirmaria à sua própria clareza, que é necessária para se ter um novo dia...]
tudo por causa do viés da incerteza:
que de beleza só tem a rima,
que, de menos, o que mais fascina são os olhares de quem apenas a observa...
limitada!
Incapaz em si de satisfazer a outrem:
efêmera vida...
Como levar alguém à luz
quando o que se tem é o fim
de uma coisa que sequer se sabe o COMO se começou!?
Quem inventou!?
Quem delimitou o seu período de duração(!?):
efêmera vida...
que se esvai em si sem esforço algum, apenas aguardando o tempo passar diante dos seus próprios olhos, que, inerte, é incapaz de externar qualquer tipo de reação para tentar melhorar a sua própria situação...
decepção: de tão “grandiosos” que somos
acabamos, “humildemente”,
dentro de uma caixinha,
que logo é afagada com
carinho pelo calor
da mãe terra.
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Autor:
CASAVERDE (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 23 de novembro de 2020 00:31
- Comentário do autor sobre o poema: Dentro de um ônibus olhando para o meu lado direito me deparo com aquela visão: casinhas pequenas enfileiradas, com gente ao redor chorando copiosamente. Então, o resultado não poderia ser outro... poesia!
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 23
Offline)
Comentários2
A inspiração nos vem de repente, sem precisar explicar. Você a recebeu e fez nas sua interpretação as palavras ficarem belas.
Isso é ser poeta.
Grato pelo respeito: a vida e a morte é uma fonte inesgotável de poesia.
Pego de súbito e fez uma elegia linda sobre finitude da vida.
Abraços ao poeta,
Alexandre Silva.
Meu nobre Shimul! Realmente, a poesia é surpreendente, e não há limites(!): tudo é possível em nosso mundo poético. Obrigado pelo carinho.
Abraços a você também.
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