Alexandre Silva

EFÊMERA VIDA

EFÊMERA VIDA

 

Das

turbulências

da

vida...

o que fica?

 

O que é a vida do homem

diante de um pequeno chumbo em seu corpo,

que provado [e pesado] pela vida

segue a sua trajetória em constante agonia?

 

Eu estava alí...

observando aquelas casinhas

todas enfileiradas...

e bem juntinhas:

 

silenciosas;

mórbidas;

estáticas...

 

todas sendo resultados de vidas

que ocupam (hoje) terrenos

que sequer lhos pertencem de verdade.

 

Efêmera vida...

de coisas que se vão sem explicarem, ao menos, como vieram ao mundo,

que tão sombria se inicia e mais sombria ainda se encerra

pondo um ponto final à esperança.

 

Que...

em cada luz que se apaga

se confirma a insignificância da vida humana...

diante do multiverso de possibilidades que estão muito além do seu alcance...

 

[à luz que, tardiamente, se sabia que jamais se confirmaria à sua própria clareza, que é necessária para se ter um novo dia...]

 

tudo por causa do viés da incerteza:

que de beleza só tem a rima,

que, de menos, o que mais fascina são os olhares de quem apenas a observa...

 

limitada!

Incapaz em si de satisfazer a outrem:

efêmera vida...

 

Como levar alguém à luz

quando o que se tem é o fim

de uma coisa que sequer se sabe o COMO se começou!?

 

Quem inventou!?

Quem delimitou o seu período de duração(!?):

efêmera vida...

 

que se esvai em si sem esforço algum, apenas aguardando o tempo passar diante dos seus próprios olhos, que, inerte, é incapaz de externar qualquer tipo de reação para tentar melhorar a sua própria situação...

 

decepção: de tão “grandiosos” que somos

acabamos, “humildemente”,

dentro de uma caixinha,

que logo é afagada com

carinho pelo calor

da mãe terra.