Jessé Ojuara

RACISMO


Aviso de ausência de Jessé Ojuara
NO


 

É um tumor, doença do ser.
Que nem mesmo evolução,
o faz desaparecer.
Abolida a escravidão,
como se pode conceber.
Irmão matando irmão.

Vidas de pretos importam.
De indios e quilombolas.
Querem ter dignidade.
Não carecem de esmolas.
Ver seus filhos estudarem,
em excelentes escolas.

Terem empregos decentes.
Em igualdade concorrer.
Pelas oportunidades,
que o mercado oferecer.
Não entrar numa corrida,
sabendo que vai perder.

Muitos criticam as cotas.
Uma forma de reparação.
De um abismo social,
que existe na educação.
Sem falar nos empregos,
onde o branco é o patrão.

O racismo sempre existiu.
Aqui e em muito lugar.
O que muda é a forma,
como vai se manifestar.
Se aceitamos passivos,
ele muito vai se alastrar.

Principalmente se temos,
um presidente racista.
Que só faz brotar sempre,
ódio em seu ativista,
que vivia enrustido.
Hoje aplaude a conquista.

O racismo de raiz.
Se camufla, mas nao morre.
Vive latente esperando.
Alguém que lhe socorre.
Acolha e faça eco.
Então explode e ocorre.

Vemos autoridades,
que devian espelhar,
princípios humanitarios,
e sempre exemplo nos dar.
Negarem o racismo,
e mais ódio incentivar.

O que mais me enoja,
é ver hipocrita cristão,
praticar o racismo,
com a biblia na mão.
Nega o nobre princípio,
da própria religião.

Amei-vos uns aos outros,
independente de cor,
sexo, time e religião.
O que conta é só o amor.
Não foi isso que nos ensinou,
quem chamas de Salvador?.

Como combater essa praga?.
É uma dificil missão.
Agora é fundamental,
acabar com a omissão.
Denunciar hoje e sempre,
qualquer ato de opressão.

Também é tão importante,
nossos filhos educar,
sobre a ancestralidade,
e formas torpes de julgar.
Sobre expressões racistas,
que continuamos a usar.

Feito nas coxas, neguinha,
criado mudo, alma branca,
suas negas, criolo,
tem outra alavanca.
De ódio e preconceito,
como temos carta-branca.

Concluo lhes pedindo,
preste muita atenção.
Somos todos tão iguais.
Porque tanto ódio então.
Um dia caído, quem sabe,
não olhe para a cor da mão.

Jessé Ojuara - 22/11/20

  • Autor: Jessé Ojuara (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de Novembro de 2020 10:02
  • Categoria: Sociopolítico
  • Visualizações: 16
  • Usuário favorito deste poema: Ana Fonseca.

Comentários2

  • Shmuel

    Estamos juntos, Jesse Ojuara! Discordo deste governo, discordo desta polarização. Seu poema é um grito, merece nossa atenção.
    Abraços, ao poeta.

  • Ana Fonseca

    "O racismo de raiz.
    Se camufla, mas nao morre." triste, realmente triste. Amei seu poema!



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