Deise Zandoná Flores

Essência

No Livro Maior, cantam, as vozes dos profetas,
verdades míticas e arquétipos, vivos, sempiternos.
Falam pouco do efêmero; muito, de outros mundos;
e mundos de muitos outros: alados ou terrenos.


Nos livros menores, cantam, os pequenos sonhadores,
as insânias de estarem presos às áridas irrelevâncias,
enquanto os seus corações irmanam-se, fiéis nas dores,
às alcovas dos poetas mortos, em si, ainda crianças.


A beleza de tal áureo canto não nasce ou irrompe,
senão da cor mais doída e rubra: a tinta do teu sangue,
que faz parir, entre gritos e gemidos, do ventre eterno,
a plúmbea névoa do fugaz e a sua nívea e radiante cura.

 

  • Autor: Deise Zandoná Flores (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de Novembro de 2020 16:50
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 16

Comentários2

  • Hébron

    Poema belíssimo!
    Admirável poética!
    Abraço, poetisa

    • Deise Zandoná Flores

      Muito honrada por esse retorno tão gratificante! Saudações poéticas!

    • Shmuel

      ..."a plúmbea névoa do fugaz e a sua nívea e radiante cura"...
      Cara, isso é poesia das boas,
      grande poeta,
      Deise Zandoná Flores

      • Deise Zandoná Flores

        É uma honra e satisfação imensas! Muito grata. Saudações poéticas!



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