No Livro Maior, cantam, as vozes dos profetas,
verdades míticas e arquétipos, vivos, sempiternos.
Falam pouco do efêmero; muito, de outros mundos;
e mundos de muitos outros: alados ou terrenos.
Nos livros menores, cantam, os pequenos sonhadores,
as insânias de estarem presos às áridas irrelevâncias,
enquanto os seus corações irmanam-se, fiéis nas dores,
às alcovas dos poetas mortos, em si, ainda crianças.
A beleza de tal áureo canto não nasce ou irrompe,
senão da cor mais doída e rubra: a tinta do teu sangue,
que faz parir, entre gritos e gemidos, do ventre eterno,
a plúmbea névoa do fugaz e a sua nívea e radiante cura.