NO
EU, CIBORGUE
Chico Lino
Tive infância
Sem televisores
Vídeo-games ou brinquedos
Da Estrêla
Inventava carrinhos
De carretéis de linha
De costura
Uma lata de leite em pó vazia
Puxada por cordão
Inundava de alegria
Levava longe a imaginação
Ouvia "O Direito de Nascer"
Em um rádio PHILIPS
Achei que fosse
o gaúcho Teixerinha
Em pessoa quem cantava
"Coração de Luto"
Dentro de uma Kombi
No escaldante calor Colatinense
Quando menino
Antes de ouvir falar no sul-africano
Cristian Barnard
Criei esquete:
Um homem acordava
Colocava um coração
(era um cofre de moedas em estilizado coração)
No peito
Depois a peruca
A dentadura
As pernas
O braço
Os olhos
Os óculos
Saia para "ganhar a vida"
Sinto-me um inventor
De coisas inventadas
Pensei em óculos limpadores
De gotas de chuva
Tempos depois
Uma revista exibia um
Só que para neve
Grandes verdades
Certezas pétreas
Os Ismos
Esboroam-se no ar
Um leão
De dente implantado
Volta a caçar
A manipulação genética
Cria ninhadas de ratas
A partir de células tronco
De duas ratinhas
O macho
Torna-se obsoleto
Chips fazem cego enxergar
Tetraplégico passeia
Somos todos obsoletos
Há um Manifesto Ciborgue
Existe uma Filosofia Ciborgue
Cogita-se um Futuro Pós-humano
E A Morte da Morte
Randômico
É muito mais que adjetivo
- Autor: Chico Lino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 8 de novembro de 2020 03:10
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 39
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