Marçal de Oliveira Huoya

Cativos

Estes laços de elos tão belos,

Singelos, feitos de aço,

São quase correntes,
Amarrando seus passos,
Ligações permanentes, temporariamente,
São marcas e traços tatuados eternamente?

Até onde beberão da mesma placenta?

De quem será a iniciativa de uma última tentativa,
Ou de uma discussão violenta?

Ou ele continuará prisioneiro

E ela permanecerá cativa o tempo inteiro?

Até quando a escravidão aguenta?

Lembram onde os caminhos se cruzaram,

Mas saberão em que parte da estrada,

Eles se separaram?

Em que trecho da jornada os laços se desataram?

E agora? São tantos os caminhos,

Quem vai embora, com alguém ou sozinho?

Quem é que ri, quem é que implora,

Quem vai chorar baixinho?

Logo irão encontrar quem quiser se arriscar,

Com algum sentimento, por sorte e por acaso,

Por erro ou experimento, no avanço ou no atraso,
O ponto exato de um outro cruzamento,
Outra história, outro relato,
Almas de outro temperamento,
Gatos lambendo seus ferimentos,
Todos tendo de aceitar o fato,
Que as feridas se fecharão com o tempo...

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 27 de Outubro de 2020 14:22
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 28

Comentários3

  • Maria dorta

    Belo poema. Pleno de verdades!

  • Hébron

    Belíssimo poema!

  • Rosangela Rodrigues de Oliveira

    ..."Quem vai embora com alguém ou sozinho?" ..."Gatos lambendo seus ferimentos"... Reflexivo quando pensamos no fato de quanto desperdício ocorre na vida por bobagens, quando deveria se pensar em um projeto de vida enquanto jovens... depois só resta lamber os ferimentos. Belo poema



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