Santa Inutilidade

Isabele Farias

Santa inutilidade
vem da mais pura
verdade de que eu
sirvo pra nada, 
Nem pra ninguém

Talvez sirva de apoio

que apoia os pés dos 
outros, sendo apenas
Um encosto, só me
usam quando convém

E eu fico na espera

de servir pra alguma
coisa, ou pra alguém
Mas quem me dera que
isso fosse acontecer

E viver pra trabalhar

de peso morto em um
lugar em que minha
Existência não faz 
nem a menor diferença

E que nunca irá fazer

Pois nao sirvo nem pra 
prestar serviços no cargo
de menor das funções
Pra qual fui designada

Sendo totalmente 
inútil, pois o que eu
faço não só não ajuda,
Como só mais atrapalha


E de tanta incompetência

Sendo inconveniente
Percebi que afinal foi por 
pena que fui contratada

 

  • Autor: Isabele Farias (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de outubro de 2020 14:13
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi esse poema em horário de serviço, num dia em que me senti completamente inútil, e essa inutilidade foi ficando mais forte ao longo dos dias.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 11
Comentários +

Comentários1

  • Maria dorta

    No batalhão da inutilidade não estas só,cara poetisa...tem tanta gente que da do' mas,não se amofine, use a cabeça, faça o que seu dever ensina, procure útil ser. Quem sabe seu destino ainda está chegando perto de você?



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.