O rio inconstante que leva meu barco
reflete meu rosto informe em seu leito
Os traços revelam -no ora amargo,
ora feliz, vez por outra, imperfeito
O azul celeste, como um pano de fundo
esconde a sujeira como um cobertor
dentre mistérios e os lixos do mundo
confunde a imagem real, do impostor
O amargo denuncia pesar na lembrança
do amor desmedido que o tempo apagou
A mesma imagem denota, pela nuança
o sofrer imerecido que meu rosto marcou
Quem sabe num lapso, o momento feliz
misturado aos douros raios do sol-posto
seja enúncio de que a tristeza contradiz
o coração alegre que formoseia o rosto
No misto das águas, destarte, imperfeito
nem tudo é sofrer e nem felicidade ;
Pra tudo na vida Deus tem o seu jeito,
seu tempo, sua luz, se houver lealdade
O destino reclama ter lucidez e juizo;
O novo horizonte abrange outro dia
e vou pelo rio cujo curso impreciso
por vezes dirá que nem tudo é alegria
Que importa isso se seguro chegar ao cáis
mesmo sendo enganosas essas águas ?
Neste imbróglio alternado de aflição e paz
Viverei as alegrias e ignorarei as mágoas.
- Autor: Elfrans Silva (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 23 de outubro de 2020 13:53
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 17
Comentários2
Belo poema mesmo com poeta atormentado. Amar é esse viver desconcertado e haja imbróglio e contra-senso!
Grato pelo comentário.
É a vida...de poeta
Abraços
Bonito poema!
É preciso mesmo filtrar... Tentar esquecer as mágoas e se encher das alegrias...
Tenha um bom final de semana
Abraço.
Grato por sua apreciação. Excelente fim de semana pra vc tbm Edla, com muitas inspirações. Abraços
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