Um dia de segunda-feira como muitos outros, simplesmente o dia mais agitado da semana. Entro em um ônibus e deparo-me com uma idosa e ao seu lado senta um garotinho com mochila nas costas e sorriso meigo nos lábios. A senhora olha em seus olhos acaricia sua cabeça e sorrir. A cena é linda de se ver, mas na primeira parada entra dois homens os mesmos ficam no corredor, próximo à poltrona da senhora e do garotinho.
Com o decorrer do tempo os dois sujeitos, demostram sinais de desequilíbrio cambaleiam tentam firma-se para não caírem com balanço da viagem, no entanto falham e um deles desequilibra-se e bate com o cotovelo no rosto da criança. O uniforme branco qual o garotinho faz uso começa ganhar o tom vermelho de imediato a senhora entra em desespero e grita:
— Motorista pare por amor de Deus meu netinho está ferido!
O motorista ouvindo o grito de desespero da senhora e para o veículo em um encostamento. Após a parada o homem ainda levantando-se de cima do garoto, murmura:
— Perdão! Perdão... Eu me desiquilibrei.
Ás pessoas presentes grita: “A culpa é sua, seu bêbedo! Bêbado! Bêbado nojento! Alguém liga para policia.”. A multidão estava revoltada o motorista então, diz:
— Desçam todos para que possamos ver o que aconteceu.
Eu olhei para os olhos da senhora e vi lágrimas e o garotinho não chorava enfim ele murmura:
— Vó ainda, eu vou para a escola? – O semblante do garoto ainda continua o mesmo, embora sua face estivesse oculta com o tom vermelho.
— Vamos sim meu amor. – Lágrimas caem em sua face.
E cai das mãos do garoto um lápis de colorir que ele segurava com força e os olhos dele se fecham. E pude ouvir um doloroso grito. Desço-me do ônibus e espero o desfecho daquele episódio que tinha tudo para ser lindo, mas o que acontecia era o contrário. Alguns minutos se passam e a senhora, garotinho e o motorista não saem do ônibus, então, enfim chega uma ambulância e uma viatura da policia os paramédicos entram e alguns minutos depois saem com o garoto em uma maca e a senhora o acompanha com lágrimas e com a mochila de seu netinho em suas mãos. Ouço então um comentário de um policial a um repórter que passava próximo a rodovia:
— Devido ao forte choque o garoto entrou em coma. E o rapaz que caiu sobre o mesmo trabalha em uma fábrica durante o turno da noite e apresentava sinais de muito cansaço.
No fim fico sem saber o que aconteceu com o garoto, mas percebi que o rapaz que provocou o acidente era um simples trabalhador que luta para colar o pão na mesa da sua família, todos ali o julgaram até eu mesmo. As pessoas são muitas vezes injustas pelo fato de julgar sem conhecer. Ainda lembro-me bem daquele sorriso meigo.
- Autor: J.O.JORGE (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 21 de outubro de 2020 13:03
- Categoria: Conto
- Visualizações: 6
Comentários2
Relato triste,invulgar. Aí está um exemplo de quanto julgar os outros torna- se um desacerto. Todos tem uma certa razão,que nem sempre conhecemos para justificar seus erros e desacertos. Julgar é ato que deveríamos evitar.
Isso mesmo Maria Dorta. O ato de Julgar não deve ser feito, pois cada um tem uma história de vida que não temos conhecimento.
J. O.,vc sabe contar história,.Fui à sua página e gostei. Sucesso!
Obrigado pelo seu valoroso comentário. Cecilia em breve estarei publicando meu livro, ficaria muito feliz se você o lê-se.
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