Frágil

Divaldo Ferreira Souto Filho

Quantas estórias já ouvi sem querer ?

Tantas vezes eu sorri querendo chorar

É, não sou um bom ator, devo saber

As vezes que quero não consigo me alegrar

 

Porque minhas lágrimas não se contém ?

Não precisam correr sempre, a toda hora

Bastaria para mim que meu mundo fosse sem

elas, que nem avisam quando vão embora

 

Lágrimas, às vezes parecem ser o suor da alma

Nascidas do cansaço que o homem em vão sente

Mas que brotam na fertilidade do coração

 

Não tenho culpa se meu peito não se acalma

Mesmo com as tristes estórias ele não aprende

que os sentimentos choram na fragilidade da razão

Comentários +

Comentários1

  • lucita

    Que bom que são estórias.
    Se fosse histórias eu iria chorar também.
    Gostei do seu poema!

    • Divaldo Ferreira Souto Filho

      Apesar da minha caminhada como leitor assíduo, e mesmo o sendo também de estórias nas quais os corações das personagens geralmente sangravam, infelizmente (quiçá, felizmente) o meu sangrou também, de forma que as estórias literárias, em que pesem suas essências de transmissão de conhecimento, não impedem nossas histórias reais, restando a estas, num círculo virtuoso (talvez, vicioso), servirem de inspiração àquelas, na mente e expressividade do poeta.

      Hoje, com as solas mais desgastadas nessa caminhada, penso que mesmo as histórias de familiares, amigos ou de outrem também não estancaria. Que bom que compreendeu minha preferência linguística, que nem é licença poética. Opto pela estória com “e” por entender que, neste círculo, ao passar da realidade à ficção, qualquer narrativa não consegue descrever os fatos com honestidade ímpar, tal como ocorreram. Com isso, devemos distinguir a estória fictícia da história real.

      Nossa Língua é mesmo engraçada, tendo várias situações desnecessárias com regras demasiadas, ao passo que, na contramão, às situações necessárias (como esta, a meu ver), simplesmente caem em desuso nas linguagens coloquial e culta.

      Você, poetisa, entendeu. Grato pelo comentário e grande abraço.



    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.