DO FATO AO VALOR, JUÍZO E VEREDITO

Marcelo Veloso

 

Não tem mais regra,

o que se rega é a exceção,

a toga é mais uma droga

que tem feito a excomunhão.

 

O impreciso virou verdade

dando nome à justiça,

sem dó nem piedade,

a bitola é o peso sem premissa.

 

As pontas estão nas contas

e mostram o rumo da impertinência,

nada de estranho, sequer incomoda

e pra leviandade, não há reticência.

 

O jogo é uma prova pronta

que alavanca e dá o tom da conversa,

reservando à fraqueza, o guiso,

sem tempero, de uma mentira emersa.

 

É, e o fim se apregoa,

num desfile de fala e arroto,

na rispidez do vingar cego

de gente cínica e poder escroto.

 

  • Autor: Marcelo Veloso (Offline Offline)
  • Publicado: 14 de outubro de 2020 11:05
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 22
Comentários +

Comentários5

  • Marcelo Veloso

  • Maria dorta

    Desabafo mais que justo,parabéns,por revelar esse esgoto que é nosso antro de ( in)Justiça.

  • Hébron

    Protesto justo e bem escrito sobre nosso Judiciário que me recuso a chamar de Justiça.
    Abraço, poeta

    • Marcelo Veloso

      Hébron, obrigado pelo comentário.Abraços.

    • Victor Severo

      É o que penso sobre o balcão de negócios que se apelidou de justiça.

      • Marcelo Veloso

        Bem isso, Victor: "balcão de negócios". Abraços.

      • JUCKLIN CELESTINO FILHO

        Marcelo, és um poeta completo. Cada verso, um protesto forte, direto.Poemas bem construídos, mexendo fundo , nas entranhas da Justiça, mostrando o lado podre que dela emerge.
        Algumas poesias tenho escrito abordando as questões do nosso Sistema Judicial que gesta verdadeiras aberrações juridicas.Mais das vezes, um caos , a injustiça gritante de perseguição a quem o tem por inimigo , e proteção aos da mesma confraria.
        Parabéns por mais um excelente poema!

        • Marcelo Veloso

          Obrigado, mais uma vez, Jucklin, pelos comentários e pela límpida aferição da mensagem transmitida. Realmente, o julgar simbolizado pela atual "justicialização" perdeu a essência da equidade, do esmero e do significativo humano. Abraços.



        Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.