O que se aponta,
e numa culpa ampara
decifrando o engodo,
que sem motivo, escancara,
quer fazer a gente acreditar,
que tudo é mera revelação,
e nada comove, nem remove,
o gestual da indignação.
E no encontrar palavras,
singelezas são expostas,
ardilosas e mancomunadas tramoias,
são transformadas em resposta,
engrenando um celebrar estéril,
enveredada em uma vã sutileza,
emoldurada por uma bandidagem,
no ritual de mãos postas à mesa.
E o resultado já está contaminado,
prenunciado em uma carnificina,
clara e evidenciada numa pilhagem
pelas labiosas aves de rapina.
E as mãos postas à mesa,
mais do que um gesto de entrega,
é a expressão débil de um grupelho
que foi embevecido pela vingança cega.
- Autor: Marcelo Veloso ( Offline)
- Publicado: 6 de outubro de 2020 15:04
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 11
Comentários1
Brilhante!Estupendo poema! Expõe as vísceras da podridão que por aí campeia.Um protesto claro, forte, cristalino.Além de tudo, versos bem trabalhados, ardentes e atuais.parabéns.
Boa noite.
Obrigado, Jucklin, pelo comentário. Quero destacar "Expõe as vísceras da podridão que por aí campeia." - bem isso.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.