Me precurso,
Me perjúrio,
A glória
Por mim conquistada
Sem apreço,
Se não mereço
Tal galardão - deitar-me
Em berço de ouro,
Ostentar os louros
De uma conquista imerecida!
Os triunfos, os quais merecer,
Por eles luto, para não cair
Na tentação
De vencer,
Por outrem
Ter-me facilitado
A vitória
Por meios ilícitos.
Não me apetece
Ver meu nome erguido
No pedestal da glória,
Como acontece
Ver-se muitos laureados
Por nobiliárquicos títulos,
Aos barbatões distribuídos.
Sabe-se que esses novos heróis
De capa e revista,
À primeira vista
Polidos, delicados,
Bons tratos,
Trejeitos de suma importância
Cuidadosamente estudados,
A maioria
Não merece
Tais adereços
De honrarias fabricadas,
Por lhes terem facilitado
A vitória,
Os transformando em paladinos
Da nobreza.
O rio corre no seu curso,
Seguindo a correnteza,
Não é direito,
Nem sonante,
O recurso
De desviar o curso
De um caudaloso rio,
Para correr no leito
De um inglório
Rio de águas rasas,
De quem
Talento não detém!
- Autor: Poeta (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 5 de outubro de 2020 10:28
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 35
Comentários2
Poema da dignidade, atributo escasso neste mundo.
Parabens, Jucklin Celestino, o poeta.
Obrigado. De fato, a honra é um troféu que se conquista com dignidade. Que vale vencer, de modo ilícito, alguém o tendo ajudado?
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