JUCKLIN CELESTINO FILHO

TRIUNFO A QUE MEREÇA

Me precurso,

Me perjúrio,

A glória 

Por mim conquistada

Sem apreço,

Se não mereço 

Tal galardão - deitar-me 

Em berço de ouro,

Ostentar os louros 

De uma conquista imerecida!

Os triunfos, os quais merecer,

Por eles luto, para não cair

Na tentação 

De vencer,

Por outrem 

Ter-me facilitado 

A vitória

Por meios ilícitos. 

Não me apetece 

Ver meu nome erguido

No pedestal da glória,

Como acontece 

Ver-se muitos laureados 

Por nobiliárquicos títulos,

Aos barbatões distribuídos.

Sabe-se que esses novos heróis 

De capa e revista,

À primeira vista

Polidos, delicados,

Bons tratos,

Trejeitos de suma importância 

Cuidadosamente estudados,

A maioria 

Não merece

Tais adereços 

De honrarias fabricadas,

Por lhes terem facilitado 

A vitória,

Os transformando em paladinos 

Da nobreza. 

O rio corre no seu curso,

Seguindo a correnteza,

Não é  direito,

Nem sonante,

O recurso 

De desviar  o curso 

De um caudaloso rio,

Para correr no leito

De um inglório 

Rio de águas rasas,

De quem 

Talento não detém!