LOUCO

JUCKLIN CELESTINO FILHO

Qual náufrago que mergulha 

No vagio,

Peito, alma e coração 

De emoções - desertos,

Teteando espaços,

No descompasso,

No laço de dementices,

No compasso desencontrado -

Perdido no vazio

O demente busca o imponderável,

No imponderável momento 

A que não sabe o que encontrar!

 

Vai, louco! A estrada é longa.

O tempo é curto.

Desnorteado busca desses limites 

Que não tem limite

No tempo, no espaço, na imensidão ,

Com sofreguidão  alcançar 

O que não pode ser alcançado 

No seu limitado horizonte 

De caminhos intrincados 

De desilusões!

 

Vai, a loucura alenta seu viver 

De ânsias tresloucadas,

Em devaneios e delírios tantos 

De alcançar o mundo, de no mundo 

Ter desmedido poder,

Para o qual, não tem limites!

Sendo galardão e esteio seus:

Ganhar o mundo!

Vai louco! A estrada é longa. 

O tempo é curto. 

  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de setembro de 2020 10:08
  • Categoria: Surrealista
  • Visualizações: 23
Comentários +

Comentários2

  • Shmuel

    Gostei do Louco que descreve, parece inofensivo e dócil, mas é louco e desmedidos.
    Abraços.
    Jucklin

  • JUCKLIN CELESTINO FILHO

    Shimul, perfeita a sua leitura do Louco desse meu poema.Parece manso, comedido.Mas não é. Ao contrário, perigossimo no seu intuito de alcançar o mundo:Utilizará todas as armas as mais infames, traiçoeiras que puder.
    Obrigado. Abraco.



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