JUCKLIN CELESTINO FILHO

LOUCO

Qual náufrago que mergulha 

No vagio,

Peito, alma e coração 

De emoções - desertos,

Teteando espaços,

No descompasso,

No laço de dementices,

No compasso desencontrado -

Perdido no vazio

O demente busca o imponderável,

No imponderável momento 

A que não sabe o que encontrar!

 

Vai, louco! A estrada é longa.

O tempo é curto.

Desnorteado busca desses limites 

Que não tem limite

No tempo, no espaço, na imensidão ,

Com sofreguidão  alcançar 

O que não pode ser alcançado 

No seu limitado horizonte 

De caminhos intrincados 

De desilusões!

 

Vai, a loucura alenta seu viver 

De ânsias tresloucadas,

Em devaneios e delírios tantos 

De alcançar o mundo, de no mundo 

Ter desmedido poder,

Para o qual, não tem limites!

Sendo galardão e esteio seus:

Ganhar o mundo!

Vai louco! A estrada é longa. 

O tempo é curto.