PARADA NO DESERTO

Elfrans Silva

 

Há esperança  para o viajor
quando, sedento, encontra o rio
Molha a testa e limpa o suor
Sorri para a água, mergulha o cantil.
Repõe a reserva pra quando ele for
pois sabe que o solo onde pisa é estio
 

 
Junto ao ribeiro, o cansado animal 
besta amiga,, de tantas jornadas 
sacode a poeira, o fiel serviçal 
anseia beber das águas turvadas.
A sela, o arreio, desatados, afinal
banha e refresca as patas cansadas. 

 

Breve descanso, retomam o caminho
não sabem pra onde os leva o deserto
solo arenoso de pedra e espinho
onde aprendem, que no mundo, o certo 
é andar com um amigo, nunca sozinho 
pois, hoje está bem, amanhã, é incerto. 

 

Assim é a vida, de humanos ou não 
Império cruel da lei do mais forte 
Os atos insanos suplantam a razão 
Chances que temos, jogamos na sorte.
Esquece o homem, de amar seu irmão 
depois vai chorá-lo na hora da morte.

  • Autor: Elfrans Silva (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 20 de setembro de 2020 00:28
  • Comentário do autor sobre o poema: Estamos todos no mesmo barco. Não vivemos sem os animais nem eles sem nós. Tudo aqui se dependem. Nessa ilustração ambos se conduzem cientes que nenhum reino sobrevive dividido entre si. Quanto mais necessitamos do nosso semelhante. O que, infelizmente, deixamos pra reconhecer, ou seremos reconhecidos, quando a situação for irremediavelmente.
  • Categoria: Natureza
  • Visualizações: 27


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