Há esperança para o viajor
quando, sedento, encontra o rio
Molha a testa e limpa o suor
Sorri para a água, mergulha o cantil.
Repõe a reserva pra quando ele for
pois sabe que o solo onde pisa é estio
Junto ao ribeiro, o cansado animal
besta amiga,, de tantas jornadas
sacode a poeira, o fiel serviçal
anseia beber das águas turvadas.
A sela, o arreio, desatados, afinal
banha e refresca as patas cansadas.
Breve descanso, retomam o caminho
não sabem pra onde os leva o deserto
solo arenoso de pedra e espinho
onde aprendem, que no mundo, o certo
é andar com um amigo, nunca sozinho
pois, hoje está bem, amanhã, é incerto.
Assim é a vida, de humanos ou não
Império cruel da lei do mais forte
Os atos insanos suplantam a razão
Chances que temos, jogamos na sorte.
Esquece o homem, de amar seu irmão
depois vai chorá-lo na hora da morte.