Ar(vô)re

Amanda Oliveira

No subsolo da dor,
me encontro enraizada.
Enquanto vejo passar por mim
lembranças embaraçosas...
Águas. São meus olhos?
Lacrimejando fortemente,
enquanto sinto
até o que não sou capaz de sentir.


Tal qual uma árvore,
a dor se faz ser vista.
É jogada a semente em um terreno fértil
(para o sentir)
ela cresce e gera um impacto.


Às vezes sou uma árvore frutífera,
os meus frutos são as lembranças
acompanhadas de sorrisos
que se transformam em gargalhadas.
Em outros momentos, nenhum fruto é gerado.
As folhas só balançam ritmadamente
para lá
para cá


Ar. Igual ao ar que respiro.
Transpiro, inspiro, inspiro, transpiro.
Lágrimas. Muitas delas.
Um momento praia outro rio.
Rio.

A árvore sempre é regada.

A dor intensifica,
a saudade aumenta,
um ritmo frenético
que nos diz para sentir.
Até que não se sente. Mais nada.
Águas passadas.


Mas a água continua fluindo.
Uma nascente.
Sente.

  • Autor: Amanda Oliveira (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de dezembro de 2025 17:28
  • Comentário do autor sobre o poema: Poema originalmente publicado no livro: experimentações poéticas do sensível - livro de artistas
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 10
  • Usuários favoritos deste poema: SADE
Comentários +

Comentários1

  • Arthur Santos

    Admiro a sua capacidade de descrever emoções.



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