No subsolo da dor,
me encontro enraizada.
Enquanto vejo passar por mim
lembranças embaraçosas...
Águas. São meus olhos?
Lacrimejando fortemente,
enquanto sinto
até o que não sou capaz de sentir.
Tal qual uma árvore,
a dor se faz ser vista.
É jogada a semente em um terreno fértil
(para o sentir)
ela cresce e gera um impacto.
Às vezes sou uma árvore frutífera,
os meus frutos são as lembranças
acompanhadas de sorrisos
que se transformam em gargalhadas.
Em outros momentos, nenhum fruto é gerado.
As folhas só balançam ritmadamente
para lá
para cá
Ar. Igual ao ar que respiro.
Transpiro, inspiro, inspiro, transpiro.
Lágrimas. Muitas delas.
Um momento praia outro rio.
Rio.
A árvore sempre é regada.
A dor intensifica,
a saudade aumenta,
um ritmo frenético
que nos diz para sentir.
Até que não se sente. Mais nada.
Águas passadas.
Mas a água continua fluindo.
Uma nascente.
Sente.