Diário da caverna

Oréon

Escuro, não é?

 

Não acha que está escuro?

 

Ah, desculpe. Não falo do escuro que vem após a noite, e para evitá-lo você acende uma lâmpada. Não. O escuro que eu falo não tem lâmpada que o clareie.

 

Olhe em volta. O que, não vê? Já disse: luz nenhuma pode iluminar isso. Olhe para onde todos evitam. Olhe para o escuro. O desconfortável. Para aquilo que você não entende com clareza, mas sente que, assim como você, também te olha.

 

Veja bem: não é pelo filtro da luz que tudo se revela. O escuro esconde o que a luz se recusa a atravessar.

 

Agora que você está olhando fora dos filtros do Instagram, fora das bolhas do Twitter e dos grupos online, pode vê-los em sua essência: multidões silenciosas. Vagam como almas banidas de seus próprios corpos.

 

Olhe mais de perto. Todos estão fixados à superfície desse rio cinzento. Não conseguem se desgrudar. E por isso vivem arrastando — vídeos, relações, a vida.

 

E nessa caverna sem fim, por não estar fixado ao cinza dessa superfície, meu passo repercute ao redor daqueles que caminham fixos.

 

Esta é minha vida: ecos de passos entre multidões silenciosas. Que ressoam à procura de alguém que ecoe em mim, e eu nela.

  • Autor: Oréon (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de dezembro de 2025 03:33
  • Comentário do autor sobre o poema: Tenso
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 2
Comentários +

Comentários1

  • Apegaua

    Bom dia que segundo a mídia e de natal.
    Tempo gasto, com uma narrativa sem objetivo, que não leva a lugar nenhum.
    Se plantasse mós uma arvore, você editando e eu lendo e tendo a coragem de comentar, já que por aqui isso e um verdadeiro tabu.
    Teria mós duas foto síntese para melhorar o ar que respiramos.
    Prazer.
    Apegaua

    • Oréon

      Obrigado mesmo assim por ter lido.



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