Os céus já não são silêncio.
São circuitos de luz em movimento,
linhas que atravessam a noite
como pensamentos despertos.
Algo nos toca sem pedir licença.
Não pesa, não fere —
banha.
É luz que lembra ao corpo
o que a memória esqueceu.
As estrelas piscam em código antigo,
sabedoria sem idioma,
frequência que atravessa ossos,
acende sinapses,
destrava portas internas
que julgávamos mito.
E quando o flash de luz encontra o nosso olhar,
algo se ativa.
Não é apenas visão —
é reconhecimento.
O olho vira portal,
a pupila, um gatilho silencioso
onde a consciência desperta.
Há um chamado que não grita.
Ele vibra.
Passa pela retina,
alinha o pulso do coração,
e diz em silêncio:
você sempre soube.
As luzes cruzam os céus
como quem inicializa um sistema antigo.
Não vêm para salvar,
vêm para lembrar.
Habilidades esquecidas acordam devagar:
intuição afiada,
percepção expandida,
consciência em alta resolução.
Não é magia —
é alinhamento.
Não é fé cega —
é ativação.
O céu nos banha
porque já somos feitos da mesma matéria.
Luz encontra olhar.
Olhar encontra essência.
E nesse instante preciso,
o humano recorda
que nunca foi apenas chão.
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Autor:
Gilberto Lima (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 14 de dezembro de 2025 14:37
- Comentário do autor sobre o poema: Ativação Celeste: Não é sobre efeitos, nem sobre explicações.\r\nÉ sobre um instante.\r\n\r\nUm momento breve — quase imperceptível —\r\nem que algo toca o olhar e desperta uma lembrança antiga.\r\n\r\nAs luzes que cruzam o céu não vêm para convencer,\r\nvêm para ativar.\r\nNão trazem respostas prontas,\r\napenas silenciam o ruído para que cada um escute o que já sabe.\r\n\r\nSe, ao assistir, você sentir uma pausa por dentro,\r\num alinhamento sutil,\r\nentão o encontro aconteceu.\r\n\r\nPorque, em algum ponto da jornada,\r\ntodos nós recordamos:\r\nnunca fomos apenas chão.\r\n\r\n— Gilberto Lima
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 1

Offline)
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