O LUGAR ONDE EU ME DESPEÇO.

ERALDO

A plataforma estava fria, mas era dentro dela que o inverno morava.

 

Ela sentou-se com a mala ao lado, não por falta de destino,
mas por excesso de partidas.

 

O trem vinha lento, cortando a névoa, como se soubesse que certos reencontros já nascem tardios.

 

Havia silêncio no trilho e barulho no peito. Havia chegada no horizonte e despedida nos olhos.

 

Porque às vezes a gente espera,
não por quem vem, mas por tudo o que já foi embora.

 

E naquele instante, entre o frio, o ferro e a fumaça, ela entendeu:

 

Algumas viagens começam
exatamente no momento em que decidimos partir de nós mesmos.

 

  • Autor: Eraldo sousa Silva. (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 12 de dezembro de 2025 10:36
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 14
Comentários +

Comentários1

  • Edla Marinho

    Muito bom, na verdade, excelente!
    Um poema que faz a gente refletir sobre nossas partidas e despedidas.
    Meu abraço!

    • ERALDO

      Obrigada poeta boa noite



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