Sede

Marcelo Miranda Velten

Acordei sem fome, com tontura e enxaqueca.

Não senti nada, apenas dor de cabeça.

Cada vaso pulsava em meus olhos como uma marreta.

Enquanto a garganta seca me emportunava, espuleta.

 

Sede de água, sede de vida, sede de saber.

Todo o meu tempo sem sede, buscando e buscando sem encontrar.

A cabeça doendo e rasgando, marcando a marcha de perpétuo querer.

Queimando a garganta, bebendo e bebendo sem saciar.

 

Para mim em nada se diferem a dor e a ânsia.

Ambas surgiram e me acompanham desde a infância.

Sem entender o porquê disso nunca cessar.

A deixo fluindo e levando, compassando sem acabar.

 

Indeciso me percebo titubeando entre fé e fantasia.

Mas firme na certeza de que o fim vem com paz e analgesia.

  • Autor: Marcelo Miranda Velten (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de dezembro de 2025 18:08
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 2


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.