Acordei sem fome, com tontura e enxaqueca.
Não senti nada, apenas dor de cabeça.
Cada vaso pulsava em meus olhos como uma marreta.
Enquanto a garganta seca me emportunava, espuleta.
Sede de água, sede de vida, sede de saber.
Todo o meu tempo sem sede, buscando e buscando sem encontrar.
A cabeça doendo e rasgando, marcando a marcha de perpétuo querer.
Queimando a garganta, bebendo e bebendo sem saciar.
Para mim em nada se diferem a dor e a ânsia.
Ambas surgiram e me acompanham desde a infância.
Sem entender o porquê disso nunca cessar.
A deixo fluindo e levando, compassando sem acabar.
Indeciso me percebo titubeando entre fé e fantasia.
Mas firme na certeza de que o fim vem com paz e analgesia.