O Vício Dicotômico

Versos Discretos

Entre o alvo marfim e a noite que desaba, 
Tua silhueta pérfida é o vício que me acaba. 
Veste-se de peles, mas despe-me a razão, 
Cruel aristocrata de minha própria perdição.

És a algoz sublime, a dama da voragem, 
Que faz do meu desejo a tua paisagem. 
Não busques nos dálmatas a mancha que te apraz, 
Mas marca em minha carne o delírio que me trazes.

São cúpulas de neve sob o brocado tenso, 
Dois montes alvos que anunciam o intenso. 
Um néctar proibido, a ânfora do vício, 
Esculturas frias para o meu ofício.

E quando o caos de Cruella se faz meu destino, 
No teu cerne, sou o dócil peregrino. 
Sentes em ti a força que te toma e te possui, 
No labirinto interno onde o frenesi flui.

  • Autor: Versos Discretos (Offline Offline)
  • Publicado: 9 de dezembro de 2025 08:42
  • Categoria: Erótico
  • Visualizações: 28
  • Usuários favoritos deste poema: Drica, Aira Lirien
Comentários +

Comentários1

  • Drica

    Gostei de ter citado a Cruella. Lindo poema!



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