Doce semblante

Marcelo Miranda Velten

 

I

Condenado a transportar veemência

À porta do amor transpassou

Se esforçando a manter continência

Seu brio mais sagrado resvalou

II

Sem recuar na estrada em ruínas

Pulsando em decorrência do ardor

Vagando com o vento em demência

Derramou pelos olhos angústias genuínas

Que mal lhe rolavam já dançavam vapor

III

Já assustado gritou por clemência

Cansado de andar esperou

Do coração lhe brotou a urgência

Contrariado a correr desatou

IV

Acusado de tal negligência

Sua vela em fim se apagou

No escuro de tristeza e inocência

Seu vermelho se envolutou.

  • Autor: Marcelo Miranda Velten (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de dezembro de 2025 09:06
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 2


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