Muitos são os homens
Que, em forma de pedra,
Vagam na fina chuva.
Chuva essa que tenta entrar na carne;
Que tenta regar a mente em prata lunar
Mas que sempre escorre fria na pele.
Eu sou essa gente
Que vira os olhos para o tempo
Perdendo segundos em cortisol remoído.
Eu sou essa gente
Que não sangra
E que nem sente o que tangencia a alma.
Mas quando tu abres esses olhos
Que secam a pele até arrancar
Volto a sentir a chuva
Que vai se esgueirando
Por entre as fibras
Expulsando o sangue
Esfriando os órgãos.
Eu sou essa gente
Que não tem pele
Somente o sangue vermelho
Que foge do corpo
Sem coagular.
Eu sou essa gente
De carne exposta
De cérebro cego
De coração líquido
Que sente o mundo
Em cada gota de orvalho.
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Autor:
Ultracrepidário (
Offline) - Publicado: 2 de dezembro de 2025 12:30
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7

Offline)
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