Saí naquela manhã dizendo “bom dia”
como quem espalha fogo pelo ar.
Mas o fogo encontrou você.
Seu olhar me atravessou como uma brisa quente,
sutil, impossível de ignorar.
O sorriso nos seus lábios
era promessa e desafio,
um convite silencioso que queimava por dentro.
Quando passou perto,
o perfume da sua pele veio como arrepio,
como se cada passo seu tocasse a minha pele
antes mesmo de encostar.
Meu “bom dia” voltou transformado:
calor, desejo, tensão elétrica,
uma linguagem que só corpos e olhares compreendem.
O cachorro abanou o rabo,
mas meu coração já não notava nada ao redor
além do seu movimento,
da curva do seu corpo,
do ritmo que me fazia perder o chão
e desejar que a rua inteira desaparecesse.
O mundo ficou pequeno
enquanto você passava,
e eu quis que cada instante durasse
até que a cidade inteira
ficasse em silêncio
só para nós.
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Autor:
Bulaxa Kebrada (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 1 de dezembro de 2025 09:14
- Comentário do autor sobre o poema: Durante uma manhã comum, minha tentativa inocente de espalhar gentileza se transformou em uma experiência inesperada de intensidade física e emocional. Um olhar, um sorriso e a proximidade de alguém provocaram em mim uma onda de calor, desejo e magnetismo. O poema mostra como um encontro breve pode incendiar sentidos e emoções, revelando o poder transformador de um olhar e a forma como o desejo pode tornar o mundo inteiro secundário.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 8
- Usuários favoritos deste poema: Luana Santahelena, elfrans silva

Offline)
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